dimanche 4 octobre 2015

O ensino de Gênesis

O livro de Gênesis é teologicamente muito rico e contém numerosos ensinamentos sobre Deus e sobre os seres humanos. A narrativa da criação se opõe ao politeísmo e apresenta um Deus totalmente soberano, distinto da sua criação, do qual todo ser tira sua existência e depende dele. Os dois primeiros capítulos revelam em particular o sentido da existência humana: o homem e a mulher, criados por Deus, na sua imagem, dependentes dele e recebedores de sua vontade de abençoá-los. Os capítulos seguintes esclarecem o estado do mundo atual: a desobediência e a vontade humana de autonomia em relação a Deus causaram o mal, o sofrimento, a separação de Deus, até então desconhecidos para a boa criação divina. Adão e Eva deram corda em uma engrenagem que leva os homens ainda mais longe: assim nós vemos o mal se intensificar ao longo das gerações, em particular na linhagem de Caim (cap. 4), até o momento em que Deus coloca um fim através do dilúvio (cap. 6). Além desse julgamento, nós assistimos ainda ao desenvolvimento do mal em sua dimensão social, notadamente em Babel, onde os homens tentar erguer um sistema totalitário por meio do qual o homem tem a pretenção de se elevar até o céu (cap. 11). Os julgamentos que Deus exerce portanto contra os seres humanos (a expulsão do Édem, o dilúvio, a dispersão das nações a partir de Babel, etc.) manifestam que ele permanece apesar de tudo plenamente em controle da situação.

Paralelamente é afirmada a vontade divina da salvação para a humanidade. Deus a anuncia desde que a maldição causada pelo pecado entra em efeito: a serpente tentadora será um dia vencida (3.15). Ao colocar Sete no lugar de Abel, assassinado por Caim, Deus realiza sua promessa de trazer da mulher uma linhagem que se oporá àquela da serpente, representada por Caim (ver 5.3 e cap 4). Apesar da presença do mal, a civilização se desenvolve (4.17-22). Deus preserva a humanidade, enquanto que o dilúvio destrói sua obra criadora. A aliança com Noé (8.21-9.17) sela este comprometimento divino em preservar o mundo e a humanidade para a salvação.

A segunda parte do livro apresenta a gênese da obra de salvação de Deus. Deus escolhe Abraão e lhe promete um descendente a partir do qual se constituirá um povo e ao qual ele promete também um país. Desde então, é precisado que a partir disso é visada a benção de todos os povos da terra inteira (12.3). Tudo o que se segue mostra como Deus faz para realizar sua promessa. É destacado que foi Deus que criou, e desperta esse povo que é o seu. É de fato um milagre que nasce Isaque, o filho de Abraão, herdeiro da promessa, quando seus pais se encontravam incapazes de ter filhos. Na geração seguinte, Deus novamente deverá remover o obstáculo da esterilidade, desta vez aquela de Rebeca. A oração de Isaque nesse sentido mostra como tudo depende de Deus (25.21). Desta maneira, a salvação aparece como obra de Deus somente, para qual os homens não podem contribuir. A propósito, quando Abraão tenta contribuir por seus próprios meios à realização da promessa, ele apenas traz problemas (16; 21.8). Deus requer simplesmente aos homens a fé e a fidelidade.

A história de Jacó, filho de Isaque, destaca a indignidade do herdeiro da promessa. No entanto, Deus cumpre os seus projetos: por um lado ao proteger Jacó das consequências de seus atos errados, por exemplo quando sua vida está ameaçada pelo seu sogro Labão ou pelo seu irmão Esaú; por outro lado, ao trazê-lo através de um longo caminho para aprender a confiança em Deus e a submissão. Então, Ele dará a José, um dos filhos de Jacó, vítima de seus irmãos (ele escapa por pouco da morte, tendo sido vendido como escravo no Egito) um destino excepcional; através dele, toda sua família será salva da terrível fome rampante à época. Assim, como o autor parece desejar ao fim do livro, Deus se serve do mal cometido pelos homens para realizar os seus projetos (50.19). Deus aparece portanto como aquele que conduz a história, que intervém na vida dos homens, utilizando as circunstâncias, inclusive os atos maus dos homens, para realizar os seus planos sem que nada possa impedi-los.

A gratuidade da benção se manifesta ainda nas escolhas de Deus. Muitas vezes, o vemos preferir um filho mais novo a um primogênito, às vezes contra a vontade do pai. Foi o caso de Sete em relação a Caim, depois de Sem em relação a Jafé (10.21); é o caso de Isaque em relação a Ismael, de Jacó preferido a Esaú enquanto que Isaque tentava fazer do seu primogênito o seu herdeiro (cap. 27), e enfim de Efraim que obtém a preminência sobre Manassés contra o desejo de seu pai José (cap. 48).  Nota-se assim que os privilégios naturais não fornecem nenhum direito especial diante de Deus, o homem não tem nada a fazer para obter a benção divina: esta é graça.

Podemos ainda meditar sobre a diversidade dos herdeiros. Abraão, o pioneiro, é um homem de coragem e de fé. Isaque é "apagado". Sua contribuição é essencialmente aquela de espera em oração, durante vinte anos. Jacó, o "desenrolado", quer custe o que custar a promessa, mas tenta obtê-la por meios tortos. Ele deverá aprender, de forma frequentemente dolorosa, que o caminho da benção se encontra na submissão e na obediência a Deus. Contrariamente aos três anteriores, que levam uma vida semi-nômade, José conhece um estino excepcional, chegando a uma alta função em um dos maiores reinos da época. Ele sabe no entanto que ele a deve ao seu Deus.

O Gênesis não esconde as fraquezas humanas. Nós já a destacamos em relação a Jacó e aos irmãos de José. O grande homem de fé que foi Abraão não esteve imune a dúvidas, o que lhe fez tentar realizar a promessa divina por seus próprios meios. Isaque tenta ir contra a decisão divina desejando transmitir a benção ao seu filho Esaú (27.1-4), enquanto Deus escolheu Jacó (25.23). Abraão também vai recorrer a uma estratégia pouco louvável para salvar sua vida: ele faz passar sua esposa por sua irmã, sob o risco de perder aquela que deveria trazer ao mundo o seu herdeiro. A repetição deste mesmo erro em circunstâncias diferentes por Abraão, e então por Isaque (12.10-20; 20; 26), diz bastante sobre a fraqueza dos homens que repetem às vezes os mesmos erros sem aprender as lições. Aqueles que adotam uma atitude crítica em relação à Bíblia consideram essas três narrativas como três versões diferentes de um mesmo evento; no entanto isso é ignorar este ensinamento. Desta maneira, o retrato dos patriarcas parece isento de qualquer idealização, o que confere às narrativas do Gênesis uma evidência extra de autenticidade.

Adaptado de: Introduction au Livre de la Genèse. Bible d'Étude du Semeur. Éditions Excelsis, France 2005

dimanche 3 juillet 2011

Para os fãs de "Cardinot", "Cidade Alerta" e outros programas violentos

O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas. (Isaías 33:15-16)

vendredi 24 décembre 2010

Uma bonita história de Natal

O pastor e a toalha de mesa
Transmitido pelo irmão Paul Edwin -- Suíça
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Bela história .... que nos faz entender que as coisas acontecem por uma razão

O novo pastor e sua esposa, recém-designados para o seu primeiro ministério, reabrir uma igreja no subúrbio do Brooklyn, chegaram no início de outubro animados com as suas oportunidades. Quando viram sua igreja, ela estava muito degradada e precisava de muito trabalho. Eles estabeleceram como meta deixar tudo pronto a tempo para ter seu primeiro culto na véspera de Natal.

Eles trabalharam duro, consertando bancos, reboco das paredes, pintura, etc, e em 18 de dezembro estavam à frente do cronograma e prestes a terminar.

Em 19 de dezembro um temporal terrível -- uma tempestade de vento atingiu a área e durou dois dias.

No dia 21, o pastor foi até a igreja. Seu coração gelou quando viu que o telhado tinha vazado, provocando a queda de uma grande área de reboco de cerca de 6 por 2,5 metros da parede frontal do santuário, logo atrás do púlpito, com início por volta da altura da cabeça.

O pastor limpou a sujeira no chão, e não sabendo mais o que fazer, senão adiar o culto de Natal, voltou para casa. No caminho, ele percebeu que uma empresa local estava promovendo uma feirinha, tipo brexó beneficente, e parou para ver. Um dos itens era uma fantástica toalha de mesa marfim feita à mão, com lindas cores e uma cruz bordada bem no centro. Ela era do tamanho certo para cobrir o buraco na parede frontal. Ele então comprou-a e voltou para a igreja.

Por esta altura já tinha começado a nevar. Uma senhora idosa vinha correndo na direção oposta tentando pegar o ônibus... Ela o perdeu. O pastor convidou-a para esperar dentro da igreja aquecida pelo próximo ônibus que viria somente 45 minutos mais tarde. Ela se sentou em um banco e não prestou atenção ao pastor, enquanto ele pegou uma escada, fixadores etc, para colocar a toalha de mesa como uma tapeçaria de parede. O pastor mal podia acreditar no quão bonito ficou e toda a área do buraco foi coberta.

Então ele notou que a mulher vinha andando pelo corredor central. Seu rosto era como uma folha de papel... 'Pastor', ela perguntou: 'de onde o senhor tirou essa toalha?' O pastor explicou. A mulher pediu-lhe que examinasse o canto inferior direito para ver se as iniciais EBG tinham sido bordadas lá. Elas lá estavam. Estas eram as iniciais da mulher, e ela tinha feito esta toalha há 35 anos, na Áustria.

A mulher mal conseguia acreditar na forma que o pastor contou que tinha conseguido a toalha. A mulher explicou que antes da guerra, ela e seu marido eram pessoas bem estabelecidas na Áustria. Quando os nazistas chegaram, ela foi forçada a sair. Seu marido iria segui-la na semana seguinte... Ele foi preso, enviado para a prisão e nunca mais ela viu seu marido ou sua casa novamente.

O pastor quis dar-lhe a toalha, mas ela fez o pastor mantê-la para a igreja. O pastor insistiu em levar-lhe até a sua casa, que isso era o mínimo que ele poderia fazer... Ela morava em Staten Island e tinha passado o dia no Brooklyn para um serviço de faxina.

Que culto maravilhoso tiveram na véspera de Natal. A igreja estava quase cheia. A música e o ambiente estavam ótimos. No final do culto, o pastor e sua esposa cumprimentaram todos à porta e muitos disseram que retornariam. Um homem mais velho, que o pastor reconhecia da vizinhança continuou estático sentado em um dos bancos, e o pastor se perguntava por que ele não estava saindo.

O homem perguntou-lhe de onde ele tirou a toalha na parede frontal porque era idêntica a uma que sua esposa havia feito anos atrás, quando viviam na Áustria, antes da guerra, e como era possível existirem duas toalhas tão parecidas.

Ele disse ao pastor como os nazistas chegaram, como ele forçou sua esposa a fugir para a segurança dela e que ele deveria segui-la, mas foi preso e colocado em uma prisão... Ele nunca mais vira sua esposa e sua casa, em todos esses 35 anos.

O pastor perguntou se ele lhe permitiria levá-lo para um pequeno passeio. Eles dirigiram até Staten Island e para a mesma casa onde o pastor havia levado a mulher, três dias antes.

Ele ajudou o homem a subir três lances de escada até o apartamento da mulher, bateu na porta e viu o maior encontro de Natal que ele poderia imaginar.

Essa é uma história real -- enviada pelo Pastor Rob Reid. Quem disse que Deus não trabalha de maneiras misteriosas?.. Pedi ao Senhor que abençoe você, como eu orei por você hoje, para orientá-lo e protegê-lo enquanto você segue o seu caminho. O amor Dele está sempre com você, Suas promessas são verdadeiras e, quando damos a Ele todos os nossos cuidados você sabe que Ele vai cuidar de nós.

Assim, quando a estrada em que estiver viajando parecer difícil, ou pior... Basta lembrar que estou aqui orando e que Deus fará o resto. Passe esta mensagem para aqueles que você deseja que Deus abençoe e não esqueça de enviá-la para a pessoa que pediu a Deus que abençoe você primeiro.

Quando não resta nada além de Deus, é quando você descobre que Deus é tudo de que você precisa. Pegue 60 segundos e faça essa tentativa! Tudo que você tem a fazer é simplesmente dizer a seguinte pequena oração para a pessoa que lhe enviou isto.

Pai, Deus, abençoe todos os meus amigos e família em o que quer que você sabe que eles podem estar precisando neste dia! Que as suas vidas sejam repletas de paz, prosperidade e poder e saúde!!!!! E que ele/ela procure ter um relacionamento mais próximo com você. Amém.

Em seguida, envie para outras cinco pessoas, incluindo aquele que a enviou para você. Em algumas horas cinco pessoas terão orado por você e você terá feito com que uma multidão de pessoas orem por outras pessoas. Em seguida, aguarde e veja o poder de Deus trabalhar em sua vida.

vendredi 27 août 2010

O que um cristão já sabe sobre um não cristão que acabou de conhecer?

Por Dan Phillips, traduzido do blog PyroManiacs

Digamos que eu nunca lhe vi na minha vida. Para a maioria de vocês, isso será verdade. Há muita coisa que eu não sei sobre você, coisas importantes para um relacionamento realmente genuíno. Eu provavelmente não conheço o seu temperamento, suas preferências em livros ou filmes ou comida, como você se comporta sob pressão, o que você acha engraçado, o que você pensa sobre política e cultura. Seu prato favorito, sua lembrança mais dolorosa, sua realização que lhe causa mais orgulho, sua maior vergonha e maior arrependimento. Há muita coisa que eu não sei.

Então se eu quiser lhe conhecer, eu tenho que lhe encontrar, sair com você, estar com você, observar-lhe, fazer algumas perguntas, escutar-lhe, e eu terei que manter minha mente aberta nisso tudo.

Isso é simplesmente o ABC de Relações Humanas, e é também o ABC da "Regra de Ouro".

No entanto, isso quer dizer que você e eu somos páginas em branco um para o outro? Dificilmente. Mesmo que eu nunca tenha lhe encontrado, tem muita coisa que eu já sei sobre você.

Vamos nos concentrar sobre o que eu já sei sobre um não-Cristão, no momento em que eu o encontro, antes mesmo que ele abra sua boca. (Esta lista, se exaustiva, poderia ocupar muitas postagens longas, e eu sei que vão adicionar comentários incluindo itens nos quais eu deveria ter pensado; mas aqui vamos nós.)

Se você não é um Cristão, eu sei certas coisas. Eu as conheço tanto antes que você diga uma só sílaba, e apesar de qualquer coisa que você possa dizer:

  1. Eu sei que você foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:26), e ainda carrega essa imagem (Genesis 9:6), embora o pecado tenha distorcido essa semelhança (Gênesis 5:1, 3; cf. Efésios 4:24), e mesmo que você tente insistentemente apagá-la (Romanos 1:18-32).
  2. Eu sei que tudo que você me disser vem de um coração que (A) se auto engana, e (B) que não tem noção desse auto-engano (Jeremias 17:9).
  3. Eu sei que você está em guerra contra Deus, e que O odeia (Romanos 8:7).
  4. Eu sei que você está sob a ira de Deus (João 3:36; Romanos 1:18; Efésios 2:3).
  5. Eu sei que você está morto para Deus (Efésios 2:1).
  6. Eu sei que é natural para você resistir à verdade de Deus, e de transformar verdades sobre Deus em formas que não ameacem sua guerra contra Deus (Romanos 1:18).
  7. Eu sei que até mesmo sua capacidade de ver e entender as verdades de Deus está tão entranhada pelo pecado que você pode ser na prática considerado cego para elas (Salmos 14:1-3; 1 Coríntios 2:14; Efésios 4:17-19).
  8. Eu sei que você está cego para a beleza e verdade do Evangelho (2 Coríntios 4:3-4).
  9. Eu sei que o que você mais precisa de mim é ser amado (Lucas 6:26-27).
  10. Eu sei que a expressão de amor específica que você mais precisa de mim não é que eu afirme nem permita os seus erros auto-destrutivos, nem que eu lhe fale sobre mim mesmo (2 Coríntios 4:5a).
  11. Eu sei que a expressão de amor específica que você mais precisa de mim é que eu lhe fale das boas novas sobre Jesus Cristo (2 Coríntios 4:5b), e que se você não ouvir essas boas novas, você não tem esperança de ser salvo da ira de Deus (Romanos 10:8-17).
  12. Eu sei que Jesus Cristo veio para salvar pessoas exatamente como você (Lucas 19:10; 1 Timóteo 1:15).
  13. Eu sei que se você crer no Evangelho e vier para Jesus Cristo, o Senhor salvador, em fé com arrependimento — e somente neste caso — você com certeza será salvo (Mateus 11:28-30; João 6:35, 37, 40; Atos 16:31; 17:30).
  14. Eu sei que se você não chegar a essa fé salvadora, você não tem nenhuma esperança (João 3:36).
  15. Eu sei que você tem que fazer isso, e que você só conseguirá fazer isso se Deus fizer em você um trabalho gracioso, miraculoso, que dá a vida (Mateus 11:25; João 3:3; 5:25-26; 6:37, 44-45, 65; 2 Coríntios 4:5-6; Efésios 2:1-10).

Como Cristão, e desde que eu esteja agindo como Cristão, eu sei essas coisas com certeza. Deus me disse essas coisas.

Se eu começo um relacionamento com um não-crente e não tenho essas coisas em mente, duas consequências desastrosas irão, com certeza absoluta, seguir:

  1. Eu serei desviado para o caminho errado; e
  2. Eu serei, na melhor das hipóteses, absolutamente inútil para você, e na pior das hipóteses, nocivo para você.
Tudo que eu ouvir de um não crente deve passar por essas considerações. É como se eu fosse um médico com uma ressonância magnética em mãos, mostrando-me o que ele não consegue ver sozinho. Então você pode relatar uma dor aqui, mas eu sei que a dor está na verdade sendo causada por um tumor ali. Se eu fizer de conta que eu não sei o que eu na verdade sei, eu estarei lhe prestando um grave desserviço. Fazer isso seria estar sendo infiel tanto ao Senhor quanto ao meu amigo não-crente.
Mil objeções poderiam ser feitas contra essa lista. Tais como:
  • "Mas isso não vai ajudar o diálogo!"
  • "Mas isso só faz pré-julgar as pessoas!"
  • "Mas os tempos mudaram, nós não podemos nos relacionar com as pessoas dessa forma!"
  • "Mas as pessoas vão nos ver como arrogantes e radicais!"
  • "Mas isso não vai fazer com que os estranhos se sintam valorizados e respeitados e queridos!"
Para o discípulo e escravo de Cristo, cada uma dessas objeções é irrelevante. É claro que não devemos ser arrogantes, ou odiosos, ou rancorosos. Mas não é daí que realmente vêm essas objeções. Elas vêm de um pensamento para o qual o ponto de vista de Deus é ofensivo, a Cruz é ofensiva, confiança baseada na palavra de Deus é ofensiva. A única forma que um Cristão pode encontrar aprovação vinda desse pensamento é deixando de ser um Cristão em tudo, a não ser no nome — ou, melhor ainda, perder até mesmo o nome. Encontre um nome mais na moda, algo que diga "Eu não estou com eles!"

A realidade é que não há maior arrogância do que rejeitar a palavra de Deus (Salmos 119:21).

O escravo de Cristo não está, para dizer o mínimo, preocupado em ser querido pelo mundo (Tiago 4:4). De fato, se ele for querido e abraçado e aplaudido pelo mundo, ele irá ficar preocupado (Lucas 6:26).

Porém, numa estranha reviravolta, ao não tentar ser amigo do mundo, o discípulo fiel que se aproxima do mundo com a sabedoria de Deus é o melhor amigo que mundanos jamais terão.

Porque ele, e somente ele, pode dizê-los como salvar-se da maldição para qual o mundo está se dirigindo (Atos 2:40; Gálatas 1:4).

mardi 29 juin 2010

Quino, Autor da Mafalda, desiludido c...

Quino, Autor da Mafalda, desiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso nos cartoons o seu sentimento.


 


   
   
   
   
   
   



vendredi 29 janvier 2010

Cristo, e este crucificado

Trecho do Sermão “Cristo Crucificado”, do pastor batista inglês Charles Spurgeon. Pregado na manhã de domingo de 11 de fevereiro de 1855, no Exeter Hall, Londres

(1 Coríntios 1:23, 1 Coríntios 2:2, Efésios 4:20)

Deixem-me muito brevemente dizer o que penso ser a pregação de Cristo, e este crucificado. Meus amigos, eu não acredito que seja pregar Cristo, e este crucificado, dar às pessoas um monte de filosofias a cada domingo de manhã e à noite, e negligenciar as verdades deste Livro Sagrado. Eu não acredito que seja pregar Cristo, e este crucificado, deixar de fora as principais doutrinas cardinais da Palavra de Deus, e pregar uma religião em que tudo é uma neblina e um nevoeiro, sem quaisquer verdades definitivas que sejam. Eu considero que um homem não prega Cristo, e este crucificado, quando durante todo um sermão não menciona sequer uma única vez o nome de Cristo; nem esse homem prega Cristo, e este crucificado, quando deixa de fora a obra do Espírito Santo, quando nunca diz uma palavra sobre o Espírito Santo, de maneira que de fato os ouvintes podem dizer: "Nós não temos como saber se existe um Espírito Santo". E eu tenho a minha própria opinião particular, que não existe tal coisa como a pregação de Cristo, e este crucificado, a menos que você pregue o que hoje em dia é chamado de Calvinismo. Eu tenho minhas próprias opiniões, e essas eu sempre falo com ousadia. É um apelido chamar de Calvinismo. O Calvinismo é o Evangelho, e nada mais do que isso. Eu não creio que podemos pregar o Evangelho, a menos que preguemos a justificação pela fé sem obras; a menos que preguemos a soberania de Deus na sua dispensação da graça; nem ao menos que exaltemos o eleito, constante, eterno, imutável, conquistador amor de Jeová; nem, creio eu, podemos pregar o evangelho, a menos que ele esteja baseado sobre a redenção peculiar que Cristo fez para o seu povo eleito e escolhido; nem posso eu compreender um evangelho que permite que os santos caiam depois que eles são chamados, e onde filhos de Deus serão queimados no fogo da condenação, depois de terem crido. Tal evangelho eu abomino. O Evangelho da Bíblia não é um evangelho como esse. Nós pregamos Cristo, e este crucificado de uma forma diferente, e para todos os contradizentes nós respondemos: "Mas vós não aprendestes assim a Cristo."

vendredi 16 octobre 2009

Critica ao Livro "A vida com Proposito", de Rick Warren

Primeiro Dia - Tudo começa com Deus

Este livro começa bem. Os três primeiros parágrafos trazem uma promessa de mais grandes coisas por vir. Somos instados a considerar Deus em primeiro lugar em todas as coisas, porque Ele é o Criador de todas as coisas. Isto é precisamente onde Calvino começou suas Institutas da Religião Cristã, ressaltando que enquanto o conhecimento de si e o conhecimento de Deus parecem envolver um ao outro, na verdade o real conhecimento de si depende do verdadeiro conhecimento de Deus. O Sr. Warren prossegue, elaborando sobre dois métodos possíveis de buscar o verdadeiro auto-conhecimento: a especulação e a revelação. Nisto, ele também ecoa o procedimento de Calvino. Corretamente, ele descarta a especulação. Dado que não somos o Criador, portanto, não podemos nos pronunciar com autoridade sobre o sentido da criação. Corretamente, ele destaca a revelação, e com razão, ele identifica a revelação como a Palavra de Deus; a Bíblia. O Criador fala e assim define a realidade criada. Nosso conhecimento de nós mesmos, e de toda a criação, é verdadeiro se for baseado na revelação.

No entanto, no que se segue a grande promessa do que está por vir é destruída. O Sr. Warren afasta-se de Calvino e de toda sabedoria bíblica e bem fundada. Nas Institutas, Calvino parte para a reflexão sobre o impedimento do pecado e sobre a verdadeira Doutrina da Revelação na Bíblia. O Sr. Warren escamoteia a questão do pecado completamente. Assim, uma pergunta crucial é deixada de lado e, portanto, fica sem resposta: se somos a criação de Deus, então por que há dificuldades em se saber disso e em compreender corretamente nós mesmos e a realidade? Tendo contornado essa investigação completamente, o Sr. Warren, portanto, não traz nenhuma culpa para elaborar uma Doutrina da Revelação. Este afastamento da sabedoria bíblica conduz a muitos problemas, alguns dos quais são exibidos durante o decorrer deste primeiro dia.

Mesmo tendo destacado a "revelação" sobre a especulação, ele repetidamente fala do verdadeiro auto-conhecimento como aquilo que nós "descobrimos" (p. 18, 19, 20). Nossa "descoberta" é dita vir, "... através de um relacionamento com Jesus Cristo" (p.20). Mas, sem qualquer ideia clara do pecado em vista, esta ideia de "descoberta" não pode ser significativamente retratada como alguma coisa envolvida na Redenção. Esse problema sugere um refinamento da pergunta feita acima: se eu sou criação de Deus, então por que eu deveria estar sem um relacionamento com Jesus Cristo? Realmente, como é possível para qualquer criatura existir a menos de estar relacionada com o Criador? No entanto, não há nenhum indício de consideração dessas questões. Em vez disso, há apenas a garantia de que está dentro de nossa iniciativa e força começar uma tal relação; como ele diz, "Se você não tem essa relação, eu vou explicar posteriormente como começar uma" (p.20) . Isso, por sua vez, sugere outras questões, como por exemplo: Se Deus é o Criador de toda a realidade, e assim determina o significado e o propósito de todas as coisas, então como pode ter sentido falar de uma relação entre Deus e a Sua criatura, como dependente da iniciativa e poder da criatura? O Sr. Warren não nos fornece nenhuma explicação.

De fato, se eu "descubro" o meu significado e o meu propósito através da iniciativa que eu exerço para começar um relacionamento com Jesus Cristo, então o que realmente resta de um "Criador" ou qualquer "revelação" que consista em Sua Palavra? Como a Bíblia é essencialmente diferente do Corão, o Talmude, os Upanishads, o Bhagavad Gita, os Vedas, o I-Ching, o Ovídio, et. al.? Como a Bíblia é essencialmente diferente dos pensamentos da minha própria mente? O Sr. Warren encerra este primeiro dia com o que é suposto ser uma história inspiradora de um romancista russo ateu, que foi tomado por um grande desespero. E então, "... de repente, por si só, uma frase apareceu: Sem Deus a vida não faz sentido." (p.21) Como a Bíblia é essencialmente diferente de "por si só, uma frase apareceu"? Pode-se sugerir que a experiência do ateu russo é um exemplo da "revelação geral" da Natureza. De fato, a ortodoxia bíblica afirma que uma vez que os homens são de fato as criaturas de Deus e feitos à Sua imagem, é de sua natureza saberem disso e conhecê-Lo, embora no pecado eles procuram fugir Dele. Mas o Sr. Warren não traz nenhuma discussão comparando e contrastando a revelação “geral” da Natureza e a revelação “especial” da Bíblia. O ateu russo é apresentado como alcançando a verdadeira fé em Deus através de pensamentos que surgem na sua mente.

A ortodoxia bíblica defende, por um lado, que a revelação geral da Natureza é suficiente para que todos os homens conheçam seu dever para com Deus e, portanto, são "indesculpáveis" em seu pecado (Rm 1:18-23), e por outro lado, que somente a revelação especial da Bíblia é suficiente para a regeneração do homem na verdade (Rm 10:6-17). "Revelação" significa que Deus nos revela o que nós não poderíamos saber a menos que Ele nos falasse. Isto é o que torna a Bíblia diferente de outros "textos sagrados." A Bíblia é a Palavra do Criador sobre toda a realidade. Outros textos são as palavras de homens. A ideia verdadeiramente cristã é manter uma distinção clara e profunda entre o Criador e a criatura - entre o Deus que define e determina toda a realidade e o homem que habita, experimenta, e é limitado pela realidade. A autoridade da Bíblia, no pensamento e na vida dos homens é fundada sobre esta distinção. Sem esta distinção, a mente e os pensamentos de "Deus" não podem finalmente serem separados da mente e os pensamentos do homem. Neste caso, não poderia haver nenhuma diferença significativa entre a Bíblia e quaisquer outras palavras que pudéssemos encontrar.

Até então a mensagem do Sr. Warren parece ser: 1) O homem é uma criatura de Deus, mas 2) de algum modo a "criatura" pode existir sem relação com o "Criador"; 3) embora isto seja problemático para a criatura, no entanto ela pode exercer o seu poder e iniciativa para entrar em relação com o Criador; 4) algo que nós temos o hábito de se referir como "revelação" de alguma forma estará envolvido nesta "descoberta" do significado e o propósito da vida. Os conceitos do Sr. Warren sobre "Deus", "Homem", "Revelação" e "Descoberta" são bastante nebulosos. Portanto, nesses termos uma transformação de um homem da insignificância e inutilidade em significado e propósito é um processo mal definido de tornar-se; a criatura de alguma forma torna-se o que o Criador a fez para ser. Como o Sr. Warren o coloca, "Trata-se de se tornar o que Deus o criou para ser" (p.19).

Em contraste com isso, uma mensagem biblicamente ortodoxa defende que 1) é da natureza da criatura estar relacionada com o Criador - que nada pode existir fora dessa relação (Col. 1:17); 2) que o problema do Homem não consiste em uma dificuldade metafísica onde de alguma forma lhe falta essa relação, mas de uma dificuldade moral de ser um pecador, que infringiu a Lei de Deus e, portanto, permanece culpado diante Dele, ou seja, ele não está sem relação com Deus, mas carrega a relação de um pecador diante do seu Juiz, em vez de um filho diante de seu Pai, 3) que, portanto, a necessidade do homem não é "iniciar um relacionamento com Jesus", mas encontrar um remédio para o seu pecado; 4) e que a evidência da Natureza é suficiente para condenar todo homem que se recuse a se curvar diante do seu Criador, mas que somente a Palavra de Autoridade do Criador, o único que determina e interpreta toda a realidade, é suficiente para nos ensinar as verdades positivas de quem somos, o fato do nosso pecado, e o remédio oferecido por Deus em Cristo.

Enquanto o Sr. Warren começou seu tratado com a promessa de uma "distinção criatura/Criador," essa promessa não foi cumprida. Embora ele tenha pronunciado palavras negando a "especulação", no final, a visão que ele construiu pode não ser nada mais do que especulativa. Sua caracterização da verdade de Deus como uma “descoberta” humana implica numa correlação, e não numa distinção, do “Criador” e a “criatura”. Neste caso, o que podem “Criador” e “criatura” realmente significarem? Ou o homem é um pecador que deve humilhar-se diante do seu Criador para aprender da Sua Palavra a verdade do Criador e da criatura, ou então ele é “alguém que procura”, moralmente neutro, que deve permanecer livre para determinar o significado de “criador” e de “criatura” para si mesmo. O Sr. Warren deixou o pecado fora da discussão por completo, enquanto que sem uma verdadeira distinção "Criador/criatura" não pode haver uma ideia verdadeiramente bíblica do pecado. Sem uma ideia verdadeiramente bíblica do pecado, o Sr. Warren é forçado a uma posição de ter que abraçar justamente a especulação que ele fez um espetáculo ao rejeitar. Na falta de uma verdadeira ideia do problema básico do homem, ele é impedido de sugerir um verdadeiro remédio. Sua solução tem tudo a ver com "relacionamento" e nada tem a ver com "Redenção". Mesmo assim, seus parágrafos de abertura apresentam uma centelha de verdade. Temos que manter a esperança de que esta centelha possa ainda ser acesa e que suas deficiências possam ser superadas nos dias vindouros.


Por S. C. Mooney, em Purposen-Driven Journal