vendredi 20 février 2009

Augustinho fala a Deus da época em que o procurava, mas ainda não conhecia Jesus

De uma beleza fenomenal...

Eu procurava o meio de adquirir forças que me tornassem capaz de fruir de vós; mas eu não as podia encontrar até que eu conhecesse o mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem, que sendo Deus, elevado acima de todas as coisas, e merecedor de bençãos infinitas em todos os séculos, chama-me e me diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” E como eu não tinha a força necessária para comer um alimento tão sólido, ele se revestiu de nossa natureza: o Verbo se fez carne, a fim que vossa sabedoria eterna pela qual vós criastes todo o mundo, pôde, ao se acomodar à nossa fraqueza, tornar-se um leite divino para nos alimentar em nossa infância.

Mas não sendo humilde, eu não podia conhecer o humilde Jesus Cristo, meu mestre, e eu desconhecia os profundos mistérios que a sua enfermidade nos ensina. Pois a verdade eterna, que é vosso Verbo, sendo infinitamente elevada acima das mais elevadas de vossas criaturas, eleva até ela aqueles que a ela se submetem. E tendo com o pó da terra do qual nós fomos formados, construído na mais inferior parte do mundo a casinha de sua humanidade para lá fazer a sua habitação, ele a utilizou para humilhar os orgulhosos, e os fazer passar do amor próprio ao amor que eles devem ter por ele. Desta maneira ele os curou de seu orgulho, e os encheu de uma afeição totalmente santa, para que não sendo mais levados para fora do caminho da salvação pela confiança que eles tinham em suas próprias forças, eles conhecessem sua fraqueza ao ver a seus pés um Deus tornado fraco e enfermo pela participação de nossa natureza mortal, e que afastados de seu grande desgarramento, eles se prosternassem diante desta divindade esvaziada, que ao se levantar, os levantaria também com ela.

Confissões, livro VII, capítulo XVIII

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